No dia 19 de novembro celebramos o dia do empreendedorismo feminino, uma data escolhida pela ONU como símbolo de apoio às empreendedoras e incentivo às mulheres que criam e comandam seus próprios negócios.
O Brasil tem 24 milhões de empreendedoras, representamos a metade dos microempreendedores individuais (MEI) existentes no país (48%) e contribuímos para que o Brasil possua a 7ª maior proporção global de mulheres em novos negócios. No entanto, as oportunidades ainda não são as mesmas. Veja dados concretos vindos de levantamentos da ONU, RME, Sebrae, Distrito, Banco Mundial e IBGE:
- 44% dos negócios liderados por nós se caracterizam como empreendedorismo por necessidade;
- As mulheres ganham 22% menos que os homens,, mesmo tendo 16% mais escolaridade;
- Elas são maioria nos setores de alimentos, vestuário e beleza, deixando áreas mais inovadoras, como tecnologia da informação, para os homens;
- A média de capital recebida por startups lideradas por mulheres é de cerca de 65% da média recebida pelos homens;
- As startups lideradas só por mulheres receberam apenas 0,04% dos mais de US$ 3,5 bilhões aportados no mercado em 2020;
- Mesmo com índices de inadimplência mais baixos, as empreendedoras recebem empréstimos com juros cerca de 3,5% mais altos do que os homens;
- Elas dedicam 18% menos horas ao negócio do que os homens, porque precisam cuidar dos filhos e das tarefas domésticas.
Segundo o relatório Global Gender Gap Report 2021 levaremos 136 anos para chegar à equidade de gênero no mundo. E não propiciar às mulheres oportunidades profissionais equivalentes às dos homens significa um "desperdício agudo de talentos", afirma Saadia Zahidi, Diretora Administrativa do Fórum Econômico Mundial.
Levaremos 136 anos para chegar à equidade de gênero no mundo
As pesquisas evidenciam que ainda temos muito para caminhar no que diz respeito à equidade de gênero no universo empreendedor. Por outro lado, os estudos mostram que os negócios liderados por mulheres trazem impactos positivos para toda a sociedade como maior independência econômica e transformação social.
É por isso que o Brasil e o mundo precisam do dia do empreendedorismo feminino. É uma oportunidade de dar foco a um tema tão importante para o desenvolvimento das economias que se tornará ainda mais fundamental no contexto pós-pandemia.
Você sabia que os negócios liderados por mulheres foram mais resilientes durante a pandemia? Isso porque usamos competências femininas para enfrentar a crise e colaborar com quem estava em volta. Pesquisa feita pelo Sebrae com a Fundação Getúlio Vargas mostra que 71% das mulheres usaram dinheiro próprio para inovar seus negócios durante a crise. Em contrapartida, somente 63% dos homens disseram ter investido em mudanças nesse sentido.
Mas o sucesso das mulheres empreendedoras não depende apenas delas e sim de políticas públicas, incentivos financeiros e capacitação profissional. E nós também podemos fazer nossa parte: apoiando as amigas empreendedoras, comprando seus produtos e serviços, dando voz e prestígio a elas e principalmente mudando padrões e comportamentos discriminatórios. Mulheres e negócios são uma combinação promissora que deve ser cada vez mais valorizada no mundo do trabalho.
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