Quando você pensa em fazer algo difícil e que exige demais, a primeira coisa que sente é angústia e medo de encarar a tarefa? Só de pensar em realizar o trabalho isso te desmotiva? Você pode estar enfrentando a procrastinação.

Ao contrário do que muitos pensam, não é apenas preguiça ou desorganização. Na verdade, a procrastinação tem origens bem mais complexas. Do ponto de vista psicológico, ela é um problema de regulação emocional.

PROcrastinação se trata adiar tarefas importantes e deixar tudo para depois

Um estudo feito pela Universidade de Carleton, no Canadá, mostra que existem ligações entre a procrastinação e as emoções negativas, como frustração e ressentimento. "Quando procrastinamos, estamos evitando fazer algo que nos parece emocionalmente desagradável", afirmam os pesquisadores.

Outro sintoma dessas emoções negativa é o que os psicólogos chamam de PRECRASTINAÇÃO. O perfil do precrastinador foi descrito pela primeira vez pela equipe do pesquisador David Rosenbaum, da Universidade Estadual da Pensilvânia. O precrastinador não deixa para amanhã o que pode fazer hoje. No entanto, não são as tarefas que precisam ser feitas, mas aquelas menores como escrever um post nas redes sociais antes de terminar o artigo científico.

PREcrastinação se trata de fazer o que não precisa ser feito para adiar o que é importante.

No fundo, a precrastinação é só uma maneira de continuar adiando o que não se quer fazer, mas ao mesmo tempo, fugir do desconforto aos nos convencer de que estamos trabalhando. “Gostamos do imediatismo, porque resolver algo rapidamente elimina o estresse”, explica o psicólogo Piers Steel, professor da Universidade de Calgary, no Canadá.

Steel diz que esse comportamento pode ter consequências danosas para o desempenho no trabalho. “Quanto mais deixamos essas tarefas menores preencherem nossas vidas, mais difícil é manter o foco nos objetivos centrais”, afirma o professor.  O lado perverso desse hábito é que você se esforça, se esforça e, no fim, perde o que era realmente importante.

Para resolver isso, os psicólogos recomendam tentar compreender a origem da angústia. De onde vem os medos e as inseguranças e porque você está querendo fugir de certas emoções. Mais uma vez, a palavra-chave é autoconhecimento para compreender o que se passa internamente. Afinal, o que te leva a adiar uma tarefa ou quais os fatores podem estar influenciando sua vontade de fazer ou não o que precisa ser feito. 

Enquanto você não descobre as suas próprias motivações, existem algumas técnicas que ajudam a driblar a procrastinação ou a precrastinação no dia a dia e criar uma trilha de realização. Essas práticas ajudam não apenas no curto prazo como também colaboram no processo de autoconhecimento. Veja quais são:

Tenha uma visão: é preciso estabelecer uma estratégia para superar a procrastinação. Defina metas que sejam atingíveis e anote todas as atividades que você precisa fazer para chegar lá. O importante é você visualizar e focar nos objetivos que irão te proporcionar crescimento no longo prazo.

Planejamento: uma tarefa cuidadosamente planejada vai motivá-lo a produzir mais e se preocupar menos. Isso ajuda na organização e na escolha de estratégias mais eficientes. Delegue tarefas para você mesmo como se tivesse uma equipe;

Divida o trabalho em etapas: “A pressa é inimiga da conclusão”, dizia o megaempresário Henry Ford que ensinava que não havia trabalho que não pudesse ser executado, contanto que fosse decomposto em pequenas partes. 

Tenha prazos: crie metas com prazos curtos e visuais. Faça listas e cronogramas e visualize as tarefas e seus prazos. Aproveite o alto nível de energia que você tem quando o prazo está acabando. Foque em curtos períodos de tempo.

Crie recompensas: após cada atividade concluída, recompense-se. Faça o seu cérebro perceber que vale a pena concluir uma tarefa porque depois você terá uma recompensa

Evite distrações: separe um tempo para navegar nas redes sociais e deixe o celular longe de você quando estiver cumprindo suas tarefas. Limite seu tempo de distrações e crie barreiras para as redes sociais.

Não despreze o que já fez: o perfeito é inimigo do bom. Desenvolva um rascunho e vá melhorando com o tempo

Mantenha o ritmo: encontre prazer na disciplina e crie uma conexão diferente com a obrigação. Considere a tarefa um momento de construção de um objetivo e comemore cada pequeno passo que te aproxima da meta final.

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